terça-feira, 11 de maio de 2010

AULA 4: A Reforma de Lutero

Monge alemão, professor de Teologia, Lutero aproveitou os abusos praticados nas vendas de indulgências para denunciar publicamente as irregularidades que o clero vinha comentendo. Lutero afixou 95 teses que condenavam os abusos do clero na porta da Catedral de Wittenberg (cidade onde morava), mas só mais tarde é que percebeu o alcance de suas acusações: elas atingiam os dogmas da Igreja, pois declararam que a salvação depende só da fé e não das obras - as boas ou más ações dos fiéis. O papa a princípio não deu muita importância ao caso, mas três anos depois (1520), como Lutero refugiou-se no castelo de Warteburg, onde escreveu panfletos e traduziu a bíblia para o alemão. Muitos príncipes alemães o apoiaram porque desejavam liberta-se em seus domínios da influencia do papa e do imperador, que era católico. Tal apoio foi decisivo na vitória do luteranismo.
Esses príncipes tomaram as terras pertencentes à Igreja Católica, que passaram a ser consideradas propriedades do Estado. A pequena nobreza alemã aproveitou a oportunidade para tentar a unificação da Alemanha, sob a liderança de Von Hutten e Von Sickingen. Os camponeses também aproveitaram a ocasiam, mas para se revoltarem, em 1524. O líder deles, Thomas Müntzer, foi capturado no ano seguinte, porém a revolta contínuou, com algumas interrupções, ate 1536. Lutero, que era sustentado pelos príncipes, condenou os revoltosos.
Em 1529 reuniu-se a segunta Dieta de Spira (a primeira realizara-se em 1526), na qual tentou-se impor o catolicismo aos príncipes luteranos. Como estes se rebelassem, passaram a ser chamados de "protestantes". Em seguida, organizaram a liga militar de Smalkalde contra o imperador e seus partidários católicos. Em 1555, questão foi finalmente resolvida pela Dieta de Algsburgo: cada príncipe decidiria que religião adotar em suas terras.


Na Confissão de Augsburgo, exposta por Melanchton - que fora monge junto com Lutero - em 1530, encontram-se os fundamentos do luteranismo: a salvação não se pelas obras mas sim pela fé, pela confiança na bondade de Deus, pelo sofrimento interior. O culto religioso, muito simples - somente salmos e leituras da Bíblia -, é considerado contato direto entre Deus e o fiel, sendo dispensável o clero como "intermediário". Lutero conservou apenas dois dos sete sacramentos da religião católica: batismo e eucaristia ou comunhão. Mesmo assim, na eucaristia acreditava apenas na presença de Jesus no pão e no vinho, e não na transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo, como os católicos acreditavam.
Extensão da Reforma Protestante na Europa.


ARRUDA, José Jobson. História Moderna e Contemporânea.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

AULA 3: A REFORMA

O conceito de reforma é ainda mais antigo que o de renascença. A história da Igreja na Idade Média, é a de uma sequencia de reformas suscitadas por papas, concílios, fundadores de ordens, que procuraram conduzi-la à pureza primitiva eliminando os abusos causados pela presença do clero na época. Poucos espíritos tinham ousado abandonar o seio da Igreja a fim de perseguir esse ideal. Nem bem nem mal, até que uma solução viesse intervir no seio da Igreja romana. Enquanto a ação de Wyclif e João Huss permanecera limitada a seu país, revolta de Lutero deu o sinal de um movimento que repercutiu em toda a Europa Ocidental. A Reforma, entretanto, só concerniu à cristandade ocidental.
As razões dessa amplitude e de tais limites são tanto sociais quanto espirituais. Atualmente, não se invocam mais os abusos da Igreja como causa única da Reforma. Não podemos mais ver nela a exclusiva procura da salvação. Estas duas causas não eram novas. É necessário recordar o homem do século XVI reduzia à religião tudo quanto concernia às condições de vida, que fossem políticas e materiais, quer morais. Ora, a Europa Ocidental estava em mudança. As provações da Peste Negra, as fomes e guerras, as transformações econômicas e sociais, a constituição das nações não podiam deixar de agir sobre a religião. As exigências espirituais de um maior número de homens, no século XVI, tornavam os abusos mais insuportáveis do que no passado, tanto mais que o impulso econômico e o progresso das comunicações aumentavam a sua importância. Foi este conjunto complexo que fez a Reforma um movimento ao qual, pela primeira vez, a unidade da Igreja do Ocidente não pôde resistir.

PESQUISE SOBRE AS CAUSAS DA REFORMA, PODEMOS DISTINGUIR CAUSAS RELIGIOSAS, MORAIS E SOCIAIS, NÃO ESQUECENDO QUE ELAS ESTÃO BASTANTE IMBRICADAS UMA NAS OUTRAS.

Referência: CORVISIER, André. História Moderna. 4o Ed. Rio de Jan eiro: Bertrand Brasil, 1995.

AULA 2: Início dos Tempos Modernos / O Renascimento

O Renascimento marcou o início dos Tempos Modernos no plano cultural. Começou nos fins da Idade Média e atingiu a plenitude entre os séculos XV e XVI. A denominação Renascimento foi resultado da preocupação dos homens que viveram esta revolução cultural, em aproximar a sua época da Antiguidade. Consideraram, portanto, que a sua época via renascer a cultura antiga, a partir da qual se orientavam, em oposição à cultura medieval, que desprezavam.

ORIGENS DO RENASCIMENTO

O Renascimento começou na Itália e seu desenvolvimento e difusão foram possíveis graças a uma série de circunstância da história italiana. Com o progresso das cidades e do comércio, muita gente enriqueceu a ponto de ficar em condições de proteger os artista e gastar bastante com Arte; os protetores dos artistas eram chamados mecenas. Estes acabavam conhecidos e respeitados por todos. A Arte os ajudava a conseguir créditos e a divulgar as atividades das suas empresas, contribuindo para o seu progresso. Os príncipes, cada vez mais poderosos, desejando legalizar sua autoridade, recorriam aos humanistas que justificavam e divulgavam seus atos e idéias.
Como o fato de ser mecenas era sinal de prestígio, o interesse social uniu-se ao econômico e ao político em benefício do Renascimento. A produção artística foi favorecida pelo equilibrio existente entre as froças universais representadas pelo Papado e pelo império, que se empenhavam numa luta de controle político da Itália.
Além disso tudo, a Itália tinha sempre diante dos olhos os monumentos , construções e obras de arte da Antiguidade greco-romana.
Desde o século XIX, a Itália conheceu obras literárias de caracteríscas já renascentista, mas ainda mescladas de elementos medievais (A Divina Comédia, de Dante; Decamerão, de Boccaccio; África, de Petrarca); seu período de maior produção artística foi entre 1450 e 1550. No resto da Europa foi principalmente durante o século XVI que o Renascimento produziu suas melhores obras.

O RENASCIMENTO INTELECTUAL OU HUMANISMO

A revolução científica e literária que se deu durante o Renascimento foi chamada Humanismo. Os humanistas eram geralmente homens de Igreja ou professores protegidos por mecenas. Eram individualistas, isto é, davam maior importância ao valor e aos direitos de cada indivíduo do que à sociedade.
Os humanistas acreditavam no progresso e na capacidade humanas; tinham uma sede imensa de aprender tudo o que fosse possível . Suas idéias tornaram-se conhecidas e aceitas graças à invenção da imprensa, que tornou mais fácil a reprodução das obras literárias (os livros podiam assim ser obtidos em quantidade muito maior do que até então, a preços mais acessíveis e com grande rapidez).

Os humanistas eram eruditos preocupados com a condição humana:

a) Foram protegidos por Lourenço de Médicis, em Florença.

b) Dos humanistas destacaram-se Maquiavel com a obra O Príncipe e Erasmo de Roterdam com O Elogio da Loucura.

O Renascimento científico legou-nos descobertas importantíssimas de Leonardo da Vinci, Copérnico, Galileu Galilei e Johannes Kepler.


Referência: ARRUDA, José Robson de Andrade. História Moderna e Contemporânea, 1942.